O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU/PE) lamenta a demolição do Edifício Caiçara que tinha significativa relevância para a memória urbana do Recife. Segundo o presidente da entidade, Roberto Montezuma, a reação da sociedade deve servir de alerta para o Poder Público rever os processos de tombamento de diversos outros exemplares não abrigados pelas normas de preservação, sob o risco de desfiguração da identidade urbana recifense.
Para Montezuma, “face à dinâmica de uma cidade, os valores relativos de seu patrimônio construído e natural mudam constantemente; daí ser imperativo que as normas se adequem aos novos contextos e conceitos. Atualmente, em qualquer lugar desenvolvido, o ponto de partida de toda e qualquer intervenção urbana é o colóquio/diálogo com aquilo que tem significado urbano, que não se restringe apenas à noção de obra de arte, mas a obra de significado cultural, como era o caso do Edifício Caiçara”.
A primeira e última listagem de Imóveis Especiais de Preservação (IEPs) do Recife é de 1997, quando a Lei Municipal 16.284 entrou em vigor, conferindo a 154 prédios a condição que impede ao seu proprietário de demolição, descaracterização seus elementos originais ou alterar volumetria e feição da edificação original.
Via CAU/BR
