O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil publicou o edital do Concurso Nº 1/2022, em que regra o seu I Concurso Nacional de Fotografia, com o tema “Arquitetura e Urbanismo como instrumento de transformação social”. Lançado durante a 122ª Reunião Plenária em 24 de março, mês do Dia Internacional da Mulher, a primeira edição da competição procura valorizar a presença e o olhar feminino sobre o espaço urbano no território brasileiro. As interessadas poderão submeter imagens para participação no concurso gratuitamente por meio de um formulário on-line disponível neste link entre 24 de março e 8 de maio de 2022. No mesmo espaço, também é possível acessar o edital com todas as regras para participação no concurso.
O concurso é uma ação promovida pela Comissão Temporária de Raça, Equidade e Diversidade (CTRED), criada pelo CAU Brasil em 2020. Através dele, o CAU pretende promover junto à sociedade a Arquitetura e Urbanismo de qualidade como um dos instrumentos para o alcance do bem-estar social. O edital prevê prêmio individual de R$ 2.000,00 para as quatro vencedoras em cada categoria, totalizando R$ 40.000,00 de investimentos no incentivo à produção fotográfica das mulheres sobre as cidades.
Poderão participar mulheres cis ou trans, autoras de registros fotográficos em qualquer parte do Brasil e que exibam edificações internas ou externas, detalhes arquitetônicos ou construtivos, cenas urbanas, paisagens, perspectivas e outras imagens ligadas ao tema nas seguintes categorias: Cotidiano das mulheres na arquitetura e nas cidades; Cidades Inclusivas; Paisagem urbana e desigualdades territoriais; Arquitetura de interiores: um olhar humanizado; e Patrimônio cultural e memórias urbanas.
As fotografias poderão ser amadoras ou profissionais, feitas com câmera fotográfica ou aparelho celular, mas precisam ser exclusivas e isentas de manipulação digital. A organização do concurso receberá as imagens em mídia eletrônica, no formato JPEG ou PNG, com resolução mínima de 3840 × 2160 pixels e o arquivo de até 6 MB. Cada peça deverá vir acompanhada de um texto de até 6.000 caracteres relacionando a fotografia ao tema do concurso e critérios de avaliação pertinentes.
A Comissão Julgadora levará em consideração critérios como o potencial da fotografia para ilustrar a dimensão social e a transformação pela Arquitetura e Urbanismo, o impacto visual, a originalidade e domínio da técnica e estética. Também deve considerar a adequação das peças para a utilização em campanhas de promoção da justiça social e inclusão que visem a redução nas desigualdades sociais e regionais, promoção da equidade de gênero, racial, de direitos de populações LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queer, Intersexo, Assexual ou outros), pessoas com deficiência, indígenas, quilombolas, povos e comunidades tradicionais ou em situação de vulnerabilidade social. O edital também prevê critério de pontuação para autoria de mulheres não brancas, com deficiência ou que represente populações vulnerabilizadas ou de povos tradicionais.
Todas as fotos, mesmo as não classificadas, poderão integrar exposição física na sede do CAU Brasil, em Brasília, e farão parte do banco de imagens do Sistema CAU. O acervo será utilizado pelo CAU Brasil e pelos CAU/UF nas suas ações de comunicação, oferecendo maior diversidade cultural, regional e arquitetônica na linguagem visual das campanhas que promovem o diálogo da arquitetura e urbanismo com a sociedade.
VALORIZAR O PROTAGONISMO E A EXPERIÊNCIA FEMININA PARA TRANSFORMAR AS CIDADES
“A cidade segura para as mulheres é segura para todos”. A declaração da diretora executiva da UN Habitat, urbanista e ex-prefeita de Penang Island, na Malásia, Maimunah Mohd Sharif, sintetiza a relevância de valorizar a referência feminina nas cidades. São elas que historicamente se dedicam ao cuidado com outros cidadãos, como os/as filhos e pessoas idosas. Ao mesmo tempo em que se deparam com os limites da infra-estrutura das cidades, também enfrentam outro nível de insegurança nos espaços urbanos e domésticos.
“A defesa que o CAU/BR faz da Arquitetura e Urbanismo para Todos reafirma a necessidade de se efetivar cenários em que as mulheres possam alcançar o direito de circular com segurança; acessar todos os lugares que desejarem; dispor de equipamentos públicos que atendam às demandas das atividades que realizam sozinhas ou com seus familiares; de espaço para o empreendedorismo e a participação política”, afirma Nadia Somekh, Presidente do CAU Brasil
Ao demonstrar a transformação social que a Arquitetura e o Urbanismo podem proporcionar aos espaços públicos e privados, o CAU deseja estimular um olhar mais profundo e humano sobre esta área de conhecimento que tem o profissional da arquitetura na sua centralidade. A priorização da participação feminina no concurso atende ainda à Política do CAU para a Equidade de Gênero, que considera a presença majoritária das mulheres na categoria (64%).
Saiba mais sobre o tema no hotsite https://www.caubr.gov.br/equidade/
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